Eu só conheço aquilo que reconheço

Existe uma história que conta que quando navios portugueses se aproximavam da costa brasileira pela primeira vez os índios que aqui estavam não conseguiram ver a chegada.

E no mundo, eu só conheço aquilo que reconheço.

Existe uma história que conta que quando navios portugueses se aproximavam da costa brasileira pela primeira vez os índios que aqui estavam não conseguiram ver a chegada.

Eles percebiam o movimento diferente do mar. Também sentiam algo se aproximar, mas não conseguiam entender ou “ver” o que era.

Até que avistaram homens, que eram sim diferentes, mas que era algo mais ou menos conhecido, eram seres humanos diferentes, mas ainda assim humanos e ali eles reconheceram algo familiar e puderam enfim ver.

História real ou não, essa passagem que contei aqui ilustra muito bem a reflexão que faremos hoje, pois eu só conheço aquilo que reconheço fora ou dentro de mim.

Você provavelmente não reconhece tanto quanto pensa. Quando colocados à prova, a maioria de nós pensa que consegue explicar as coisas cotidianas ao seu redor por julgar entender e reconhecer ou mesmo saber de forma consciente tudo que nos cerca. E nesse caso falo desde coisas simples como objetos até coisas complexas como emoções e reações.

Quer entender melhor? 

brown box toy on gray backpack

Encontre um objeto que você usa diariamente (um zíper, um vaso sanitário, um alto-falante estéreo) e tente descrever os detalhes de como ele funciona e tudo que vê. É provável que você descubra lacunas inesperadas em seu conhecimento. Em psicologia, chamamos essa barreira cognitiva de ilusão de profundidade explicativa. Isso significa que você acredita que entende completamente algo que realmente ainda não entende ou não reconhece.

Vemos isso todos os dias em respostas inadequadas comportamentais ou explosões emocionais. Embora façamos frequentemente muitas coisas, seus significados podem não estar claros e o retorno vir do nosso inconsciente. O inconsciente mascara lacunas em nosso conhecimento e vivência, servindo como espaços reservados que descrevem emoções ou sensações que não entendemos completamente ainda.

E por que estamos falando disso?

lighted candles

Para conversarmos sobre a importância de trazermos áreas ocultas para o consciente.

Para reconhecermos a importância de termos clareza e conhecimento sobre nós mesmos.

Com a finalidade de discutirmos como podemos fazer isso acontecer e assim trazer para a luz algumas sombras que talvez já nos incomodem há tempos, porém sem ser totalmente conhecidos os gatilhos elas ficam pairando fora do nosso radar de reconhecimento.

Isso é muito mais comum do que se pensa e quem tem a coragem de fazer essa busca com certeza está mais preparado para os grandes desafios da vida.

Tentar varrer as emoções para debaixo do tapete não é uma boa opção. É preciso tentar organizar nosso ambiente interno e deixá-lo mais aberto e arejado.

Descobrir suas lacunas é essencial. 

Uma lacuna não diagnosticada no conhecimento submerso sobre si mesmo significa que você pode não entender completamente um problema. Isso pode dificultar soluções mais simplificadas ou mesmo possíveis.

Quando descobrir suas lacunas, trate-as como oportunidades de aprendizado, não como sinais de fraqueza. Afinal, o autoconhecimento bem-sucedido se baseia na suposição de que você e as pessoas ao seu redor têm uma compreensão de alta qualidade de si mesmas. Às vezes, descobrir a falha nessa suposição ajudará você a encontrar soluções que só tornarão sua vida melhor.

Conte comigo!

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Marluy Lavecchia

Psicóloga especializada em Psicoterapia Corporal, Logoterapia e Acupuntura, com mais de 40 anos de experiência em gestão de pessoas e capacitação de líderes.

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